Lavagem nasal com seringa: sim ou não?
A lavagem nasal é importante para a desobstrução das vias aéreas superiores e ajudar no alívio dos sintomas de nariz entupido que podem causar dores de cabeça, espirros, dificuldade em dormir e irritabilidade aos mais pequenos.
Neste artigo, vamos falar sobre lavagem nasal com seringa como técnica de fisioterapia respiratória para limpar o nariz do seu bebé.
Quando devo fazer uma lavagem nasal?
As infeções respiratórias são a patologia que mais afeta crianças até aos dois anos. Por isso, a intervenção da fisioterapia respiratória é recomendada sempre que o bebé estiver com obstrução nasal.
As técnicas manuais usadas para limpar o nariz do bebé ajudam a expulsar, naturalmente, as secreções, em casos de infeções respiratórias, mas também podem, e devem, ser utilizadas como medida preventiva.
Limpar o nariz do bebé é essencial quando há:
- Obstrução nasal
- Tosse
- Expetoração
- Acumulação de secreções
- Dificuldade em expelir secreções
- Ruídos respiratórios
- Sinais de dificuldade respiratória
- Prostração
- Irritabilidade
- Perda de apetite
- Sonolência ou dificuldade em dormir
Lavagem nasal com soro fisiológico e seringa causa otites?
Se já ouviu dizer que fazer a lavagem nasal pode causar otites ou perfurar o ouvido, devido à ligação que existe entre o canal nasal e o auditivo, fique a saber que não existem estudos que comprovem qualquer uma destas circunstâncias e a ocorrência seria muito improvável.
Pelo contrário, está comprovado que o mau funcionamento do nariz pode até ser responsável pelo aparecimento de otites e a higiene nasal pode ajudar a prevenir.
Limpar o nariz do bebé com soro fisiológico e seringa é uma forma muito eficaz de remover todo o muco e sujidade acumuladas no interior do nariz da criança. A lavagem nasal é ainda mais importante para os bebés e crianças que não sabem assoar o nariz, ficando com as fossas nasais obstruídas, dificultando a sua respiração e o processo de alimentação, podendo ainda potenciar infeções respiratórias.
É, por isso, necessário familiarizar o bebé desde cedo com esta técnica e introduzi-la na rotina diária, principalmente nos meses em que as infeções respiratórias são mais frequentes.
Como qualquer técnica, ao ser aplicada, necessita de atenção e cuidado. Para desobstruir é necessário limpar com um jato que tenha a força adequada para não magoar, mas que também não seja ineficiente.
Como posso usar este método de lavagem nasal?
Para esta técnica, é necessário ter disponível:
- Soro fisiológico, em unidoses ou frascos maiores (e neste caso, também um recipiente para o soro);
- Seringa de uso individual;
- Adaptador de seringa;
- Toalha de rosto.
O soro deve estar à temperatura ambiente para evitar que a mucosa das fossas nasais fique irritada, podendo ser aquecido previamente antes da realização da técnica. A toalha é usada para envolver o bebé, para mantê-lo mais seguro durante a lavagem nasal.
O bebé deve ser colocado numa posição sentada, com o tronco ligeiramente inclinado para a frente e a cabeça inclinada para o lado contrário àquele onde se vai instilar o soro fisiológico. Esta posição previne engasgamentos e que o soro e o muco progridam para o ouvido, evitando as otites, uma vez que o bebé até aos 2 anos tem o canal que liga o nariz ao ouvido mais horizontalizado.
A instilação do soro deve ser feita de forma contínua e gradual, nunca de forma rápida, observando-se a saída pela narina contrária, para permitir uma limpeza por arraste do muco. Deve repetir-se o procedimento na narina contrária.
O processo deve ser realizado enquanto se mantiver a obstrução do nariz do bebé.
Este procedimento não tem número limite de repetições e a quantidade de soro fisiológico a instilar é variável. Até aos 12 meses deve ser administrada uma quantidade de 5 mL de soro fisiológico. Após os 18 meses, poderão ser administrados até 10 mL de soro.
Fontes: