Sinais que podem indicar autismo no bebé
A maioria das crianças é sociável e procura ativamente o contacto com os outros, desde bebé. Gostam de brincar com outras crianças, de dar e de receber mimos. Quando a criança não interage, será sinal de que tem autismo? Ao longo deste artigo, explicamos quando e como o autismo começa a manifestar-se.
O que é o autismo?
O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um conjunto de diferenças de desenvolvimento que afetam a maneira como as pessoas se comunicam, se comportam e interagem com outras pessoas.
Em que idade começa a manifestar-se?
As manifestações da doença são notadas quase sempre antes dos 3 anos, geralmente entre os 6 e os 20 meses.
Geralmente, não existe um período de desenvolvimento normal, embora em cerca de 20% dos casos os pais tenham descrito um desenvolvimento relativamente normal durante um ou dois anos.
Quais as manifestações a que os pais deverão estar atentos?
O bebé com autismo apresenta determinadas características diferentes dos outros meninos da sua idade, nomeadamente:
- Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente ou ter medo de objetos. Por vezes, tem problemas de alimentação e de sono.
- Pode chorar muito sem razão aparente ou, pelo contrário, pode nunca chorar.
- Quando começa a gatinhar, pode fazer movimentos repetitivos, como: bater palmas, rodar objetos, mover a cabeça de um lado para o outro.
- Ao brincar, não utiliza o jogo social nem o jogo de ‘faz de conta’.
- Tem grande dificuldade em interagir com as outras crianças.
- Não utiliza os brinquedos na sua função própria. Por exemplo, um carro pode servir como objeto de arremesso e uma boneca para desmanchar.
Que outras características têm as crianças com autismo?
As características das crianças com o espectro do autismo poderão ser agrupadas em três domínios: socialização, comunicação e comportamento.
No domínio da socialização, as crianças parecem viver no seu próprio mundo, desligadas, alheadas, desinteressadas e insensíveis aos outros; têm grande dificuldade em interagir com outras crianças; seres humanos, animais e objetos poderão ser tratados da mesma forma; relativa incapacidade de partilha de alegrias ou procura de ajuda/conforto em situações de stress.
No domínio da comunicação, as crianças com o espectro do autismo têm a tendência de evitar o contacto ocular; podem resistir ou mostrar desagrado ao toque das outras pessoas; têm perturbações da linguagem (tanto da compreensão como da expressão), por vezes mesmo uma ausência de linguagem que faz pensar em surdez. Se existe linguagem, o vocabulário é pobre. É frequente não usarem o “eu” e de repetirem de forma estranha, como que em eco, o que acabaram de ouvir.
Na comunicação não verbal, entre os problemas mais comuns estão o facto de se manterem muito próximas ou muito afastadas dos interlocutores e de olharem para os lábios em vez de para os olhos, durante a comunicação. Também fazem um uso muito pobre da mímica facial ou dos gestos.
No domínio do comportamento, as crianças com autismo costumam entregar-se a jogos e rotinas repetitivas, de forma isolada, como, por exemplo: fazer girar objetos. Têm com frequência movimentos repetitivos das mãos, dedos, etc. Por vezes, são extremamente sensíveis a cheiros, a sabores e ao tato de algumas texturas. Em certos casos, existem talentos especiais, por exemplo para o cálculo, para a música ou para o desenho.
Há tratamento para esta perturbação?
É muito importante que a criança seja orientada o mais precocemente possível para uma consulta de pediatria de desenvolvimento. Se se concluir por este diagnóstico, o médico irá traçar um programa de intervenção específico com vários tipos de terapia (psicológica, de linguagem, ocupacional), estratégias educativas e, em alguns casos, medicação.
Como há uma ampla variedade, quer na qualidade quer na gravidade das manifestações, cada caso é único e tem que ser abordado de forma individualizada, sendo fundamental a participação ativa da família.
Fontes: