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Astronauta, pintor, pastor, tratador de golfinhos, bombeiro, futebolista, polícia, bailarino, turista, sonhador… As respostas para a pergunta “O que queres quando fores grande?” podem ser das mais variadas e inusitadas. Seria bom se pudéssemos ser sonhadores ou turistas profissionais, não seria?! 

“O que queres quando fores grande?” é, sem dúvida, uma das perguntas que os adultos mais fazem às crianças. Mas será adequado insistir nesta questão? 

Numa primeira fase, as crianças acabam por rir-se muito e responder profissões que, aos seus olhos, serão as mais divertidas e entusiasmantes. É raro ouvirmos uma criança responder que quer ser engenheiro ou advogado. Depois, quando já são um pouco mais crescidas, a profissão dos pais começa a ter alguma influência nas respostas. Finalmente, vem a fase em que os jovens já não têm paciência para a pergunta e reagem com um revirar de olhos, sorriem apenas ou nem sequer respondem. 

Se recuarmos até à nossa infância, com certeza que nos lembramos que também fomos bombardeados vezes sem conta com esta mesmíssima pergunta e que também chegámos a um ponto em que já não a podíamos ouvir. Por isso, é perfeitamente compreensível que os nossos filhos não reajam assim tão bem depois deste assunto ter sido abordado 125 mil vezes. 

Significa, então, que o assunto ‘profissão’ é proibido? 

Nada disso. Este assunto pode e deve ser abordado, mas não através da tradicional e, convenhamos, chata pergunta. Eis alguns exemplos do que pais, educadores e professores podem fazer: 

  • Promover sentimentos de autoeficácia e autoconfiança — é importante a criança confiar em si, nas suas capacidades e liberdade de escolha
  • Dinamizar atividades que permitam à criança explorar diversos percursos, oportunidades e interesses
  • Dar a conhecer às crianças várias profissões, perguntando-lhes o que é que elas conhecem dessa profissão, se conhecem alguém que tenha determinada profissão, etc.
  • Perguntar o que elas mais gostam de fazer
  • Perguntar quem é que elas mais admiram e porquê
  • Perceber quais as crenças associadas a uma determinada profissão perguntando-lhes, por exemplo, quem é que costuma desempenhar as funções inerentes à mesma
  • Perguntar à criança quem é que faz o quê em casa
  • Disponibilizar diferentes brinquedos permitindo que cada criança explore o que quiser
  • Não limitar as crianças a tarefas “típicas” de rapaz /rapariga 

Em suma, há que permitir às crianças explorarem diversos papéis não impondo ou orientando para determinadas atividades. Pais, professores e educadores deverão ser sensíveis aos interesses de cada criança, respeitando sempre as suas decisões, porque cada criança é única e livre de mudar de ideias, se quiser. Aos 3 anos pode querer ser astronauta e aos 18 pode querer ser cozinheiro!


Fontes: 

dn.pt 

mentalskills.pt 

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