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Castigo resolve?

Educar os nossos filhos é uma tarefa bastante desafiadora e, muitas vezes, vemo-nos perante a decisão de usar castigos como forma de disciplina. Mas será que os castigos são sempre a melhor solução? Será que todos os tipos de castigo são adequados e resolvem efetivamente a situação? Antes de aplicar um castigo, vamos refletir sobre algumas questões importantes.

O que são os castigos e quais os seus objetivos?

Os castigos caracterizam-se por chamadas de atenção que têm como principal objetivo a demonstração de que os comportamentos menos bons têm consequências. Ou seja, o objetivo não é que a criança se sinta culpada, mas que compreenda que determinados atos levam a determinados resultados. 

Por um lado: Os castigos são consequências imediatas e relativamente eficazes devido ao desprazer gerado na criança.

Por outro lado: Os castigos, consoante o seu tipo, podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança no futuro.

O efeito das “palmadinhas” no desenvolvimento da criança

Os castigos físicos são considerados os piores tipos de castigos em todos os sentidos, e bater não resolve nada, bem pelo contrário, porque pode vir a:

- Estimular o comportamento agressivo na criança

- Criar sentimentos de baixa autoestima e ansiedade

- Dificultar o relacionamento e confiança com outras pessoas

- Causar impactos físicos e emocionais na criança a longo prazo 

Disciplinar VS Punir

Punição: Usado para fins de controlo e manipulação.

Disciplina: Usada para ensinar e orientar.

O castigo é considerado uma punição quando na sua base está o medo e o foco no que foi feito de errado, sendo gerado um sentimento de culpa na criança que pode originar a necessidade da criança mentir. Além disso, o respeito no relacionamento entre pais e filhos pode ser posto em causa, levando ao ressentimento e ao rótulo de pessoa “má” pelo seu comportamento. Já quando é baseado na comunicação educativa e orientadora, o castigo é considerado um ato disciplinar, pois o objetivo é corrigir o comportamento da criança, ajudando-a a melhorar numa próxima situação semelhante. O foco acaba por ser a explicação do ato inadequado e a promoção do respeito mútuo entre pais e filhos. A disciplina foca no comportamento, ensinando que é o comportamento que é inadequado e não a criança.

Questões para refletir

Qual o motivo do castigo? Se o castigo for injustificado ou não explicado à criança, a mesma pode considerar que é apenas um ato de irritação desnecessário por parte dos pais. Converse com o seu filho de forma a que ele consiga entender o que fez de menos bem e possa melhorar esse comportamento no futuro.

Que modo deve adotar ao falar? Fale com calma e de forma objetiva, pois não só gritar não leva a lado nenhum, como pode ser visto como uma forma dos pais descarregarem a raiva cá para fora. 

Qual a duração que devo aplicar a um castigo? Castigos muito extensos tendem a não funcionar, uma vez que a criança se distrai e perde o foco do motivo que a levou a estar de castigo. 

Resumindo, a disciplina envolve uma abordagem mais empática, orientadora e construtiva, explicando as consequências do comportamento, oferecendo alternativas e estando presente para ajudar a criança a aprender e crescer. Embora possa ser tentador recorrer à punição em momentos de frustração, é importante lembrar que os castigos severos podem ter consequências negativas a longo prazo, prejudicando o relacionamento entre pais e filhos e modelando comportamentos mais agressivos.

Descubra também como lidar com o grande monstrinho do ciúme.

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